segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

FILHOS VÍTIMAS DE BULLYING

Publicado em 15 de Apr de 2013 por Leticia Maciel | Comente!

Crianças que sofrem com maus tratos de colegas na escola podem se tornar crianças introspectivas e tristes. Saiba como identificar se seu filho sofre com esse problema


Texto: Ivonete/Ilustração: Mariana Coan/ Adaptação: Letícia Maciel
As ameaças como adjetivos
depreciativos podem causar
danos na autoestima da criança tornado-as introspectivas e trsites.
Ilustração: Mariana Coan.
bullying já não é mais novidade. O que se sabe é que, desde sempre as crianças sempre atacaram umas às outras, e os mais fracos viraram vítimas. Por anos e anos, muitos sofreram calados como se isso fosse natural. Nos últimos tempos o fenômeno começou a ser mais bem estudado, o que é uma boa notícia, porque o sofrimento pode ter fim antes que cause um mal mais profundo. Mas uma coisa é certa: os problemas físicos e psicológicos podem ser grandes. Segundo um estudo publicado em abril no British Medical Journal, as crianças que sofrem bullying são três vezes mais propensas a machucarem a si mesmas. O estudo foi conduzido pelo  Kings College, de Londres.  Foram avaliadas cerca de 2 mil crianças com idade entre 5 e 12 anos. Dessas, 237 sofriam bullying e 18% delas tinham o hábito de se ferirem propositadamente. Entre os ferimentos estavam cortar os braços, arrancar os cabelos e bater a cabeça na parede. O estudo revelou ainda que um quarto das crianças inglesas sofre com esse tipo de molestação.

De olho nos sinais

O limite entre o bullying e as brincadeiras – algumas maldosas – típicas das crianças é algumas vezes difícil de ser identificado. “Um ato isolado não pode ser considerado bullying. Ele caracteriza-se sempre pela repetição da agressão”, diz Lélio Braga Calhau, promotor de justiça de Minas Gerais, especializado no assunto. Ou seja, não é porque a criança foi chamada de gordinha uma vez que ela está sofrendo esse tipo de admoestação. “Um caso isolado, se for extremo, pode configurar um crime, como difamação, ameaça ou constrangimento ilegal”, completa o promotor. Nem sempre as ameaças são físicas, muitas vezes se caracterizam porhumilhaçãoadjetivos depreciativos. Na verdade é um ataque à autoestima. Alguns sinais são indícios claros de que a criança passou a ser molestada. “Se ela gostava de ir à escola e passa a não querer ir mais, arrumando pretextos como dor de cabeça e dores de estômago, há um forte indício”, explica a psicóloga Maria Isabel da Silva Leme, especializada em psicologia de aprendizagem da Universidade de São Paulo (USP). “Ela pode também se tornar retraída e quieta”, completa. No caso dos meninos, podem aparecer em casa com escoriações ou marcas roxas. Já no caso das meninas, as marcas físicas são menos comuns, já que as agressões são morais como xingamentos e difamação. Além dos sinais psicológicos, certos sintomas físicos podem surgir. Algumas perdem o apetite e outras passam a ter pesadelos frequentes.

Saiba mais cuidados com os filhos

Se há suspeita de que a criança esteja sofrendo algum tipo de constrangimento na escola, o melhor a fazer é falar com ela. “Converse com calma num diálogo franco e aberto, olhos nos olhos. Deixe-a à vontade. Anote datas, horários e nomes. Assim, fica fácil checar a veracidade dos fatos”, diz Calhau. Na sequência, os pais devem procurar a escola. “Verifique antes o regimento interno para saber se existe um procedimento para reclamações sobre os casos de bullying. Não vá à escola ameaçando entrar com processos judiciais – seus representantes podem agir mais para defender-se do que para ajudar a criança”, completa o promotor.

O perfil do agressor

Por definição, bullying é um conjunto de atos agressivos repetidos entre indivíduos com condições semelhantes. “Portanto, além da escola, pode ocorrer em várias outras situações, como com moradores de um mesmo local, uma escola de idiomas, ou mesmo de esporte. Pode acontecer até entre adultos, no ambiente de trabalho, ou com idosos, em um asilo”, diz o pediatra Aramis Lopes Neto, da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (Abrapia). Ou seja, qualquer ambiente de convivência pode ser considerado palco desse tipo de problema. Isso porque o agressor pode também estar em qualquer lugar. Esse agressor, de alguma forma, também está doente. Precisa ser tratado. “São pessoas com valores morais questionáveis, que acham natural e válido usar a violência para obter o que querem”, diz a psicóloga Maria Isabel. Muitas vezes, são crianças que sofrem violência em casa. Elas conseguem, além do respeito da vítima, também o dos espectadores, que temem ser o próximo e, assim, não reagem. “O vitimador, em geral, é bem inteligente e adaptado porque é capaz de localizar quem ele poderá agredir e quem, entre todos, não irá reagir. Muitas vezes faz isso em tom de brincadeira, o que dificulta ainda mais a identificação do problema pelos adultos.
Postagem retirada da internet

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